Economia circular é um conceito que insere a fabricação e o consumo dentro de uma lógica cíclica, de forma a estender a vida útil dos produtos e manter os recursos pelo máximo de tempo possível dentro da cadeia produtiva.
Além de representar uma enorme oportunidade para avanço da agenda de sustentabilidade, a economia circular tem um potencial muito relevante para o alcance das metas de redução das emissões de GEE.
Segundo Ellen MacArthur Foundation a economia circular baseia-se em três princípios básicos: 1) Preservar e aprimorar o capital natural controlando estoques finitos e equilibrando os fluxos de recursos renováveis; 2) Otimizar o rendimento de recursos fazendo circular produtos, componentes e materiais no mais alto nível de utilidade o tempo todo, tanto no ciclo técnico quanto no biológico; 3) Estimular a efetividade do sistema revelando e excluindo as externalidades negativas desde o princípio.
Uma publicação da Fundação Vanzolini, agrupa os elementos da Economia Circular em 7 grupos fundamentais:
Priorizar os Recursos Regenerativos: Garantir que recursos renováveis, reutilizáveis e não tóxicos sejam utilizados como materiais e energia de maneira eficiente.
Preservar e estender o que já foi feito: Enquanto os recursos estão em uso, manter, reparar e atualizar os mesmos para maximizar sua vida útil e dar-lhes uma segunda vida através de estratégias de devolução, quando aplicável.
Utilizar o desperdício como um recurso: Utilizar fluxos de resíduos como fonte de recursos secundários e recuperar resíduos para reutilização e reciclagem.
Repensar o modelo de negócio: Considerar oportunidades para criar maior valor e alinhar incentivos por meio de modelos de negócios que se baseiam na interação entre produtos e serviços.
Design para o futuro: Considerar a perspectiva dos sistemas durante o processo de design, para usar os materiais certos, projetar para uma vida útil apropriada e projetar para uso futuro prolongado.
Incorporar Tecnologia Digital: Acompanhar e otimizar o uso de recursos e fortalecer as conexões entre os agentes da cadeia de fornecimento por meio de plataformas e tecnologias digitais e on-line que fornecem insights.
Colaborar para criar valor conjunto: Trabalhar em conjunto ao longo da cadeia de fornecimento, internamente nas organizações e com o setor público para aumentar a transparência e criar valor conjunto.
Segundo artigo da Agência Brasil, uma pesquisa feita pela CNI em 2019 mostrou que 76,5% das indústrias já desenvolviam alguma iniciativa de economia circular, mesmo sem saber que as ações se enquadravam nesse conceito.
Entre as principais práticas citadas estão a otimização de processos (56,5%), o uso de insumos circulares (37,1%) e a recuperação de recursos (24,1%). A pesquisa também mostrou que 88,2% dos entrevistados avaliaram a economia circular como importante ou muito importante para a indústria brasileira.
A Plataforma Sustain sistematizou indicadores essenciais de Economia Circular relacionados a metodologias como GRI, normas ISO, Pacto Global e indicadores Ethos. E ainda permite o cadastro de outros indicadores sobre esse tema que sejam relevantes para a empresa.
A partir desses indicadores, é possível realizar autoavaliações, diagnóstico/gestão da economia circular na cadeia de fornecimento, estabelecimento de metas e planos de ação, além do acompanhamento da evolução dos resultados.